quinta-feira, 5 de maio de 2011

No país das maravilhas



Não há mais nada.
É como uma Alice pós-moderna,
Pré-Balzaquiana que eu digo.
Não há pra onde crescer,
Não há como sentir-se menor.
Nesta mesma pele eu mudei tanto
Que não reconheço mais no espelho o meu passado.
O tempo não fez as pazes comigo
E eu não possuo chaves,
Não encontro portas.
Nenhum gato de cheshire com sorriso de meia-lua
Nenhuma rainha de copas jogando croqué.
Encontro apenas miséria e desamor.



_Uma Alice Amargurada_é o que sou.
Na fila do ônibus,
Adormecida na cama vazia
Despertando antes de por fim aos sonhos...
Sem lebre de março,
Sem lagarto fumando narguilé,
Sem encanto.
Uma Alice sem coelho branco.

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