quinta-feira, 22 de março de 2012




















Onde é poesia

O cheiro do cinamomo e o molhado do ar.
Minha tia, a Lurdinha e o Fabrício,
Os pais do Paulo.
O menino do ônibus.
O mar gelado.
A cidade da infância.
A velhice do meu avô.
Minha madrinha.
O cheiro guardado das casas antigas
As ladeiras de Caxias
Os castelos de Pelotas
Minha casa eterna em São Gabriel
Nada a esquecer.
A memória do infinito recupera dados e cheiros
De certa forma
Fico aqui.


segunda-feira, 19 de março de 2012













Despedida

Esse pensar todo me cansa,
O teu fogo já não me acende
E eu perco o ritmo no meio da dança.
Sigamos separados .
Eu não sei acompanhar teu ritmo descompassado,
E não adianta,
Eu não tenho pressa,
Pra mim não será a última vez,
Sempre o que me sobra é tempo.
Ver-te assim de longe
Agora,
Sem ser meu,
Faz-me pensar que eu não sou tua também.
Eu me fantasio de gente,
E no meio do mundo,
Eu amo a semente.
Longe de ti,
Eu enfim descubro,
Que posso esperar.
A festa acaba,
Vou-me embora de mãos dadas com o sol.

sábado, 17 de março de 2012

Considerações II

Ocupo o imenso espaço de viver,
E por hoje basta,
Esse teu coração
Praça do povo
Cenário descampado onde já amparei meu cansaço,
É passagem não abrigo.
É parada,
É meio de caminho.
Nele deixo a lembrança do que fui,
E sigo.
Não quero memórias,
Teu coração é o inverno da Sibéria...

domingo, 4 de março de 2012

Considerações

Esse frágil tecido que envolve o coração
É todo feito de inocência
E primeiros olhares.
O coração é sempre ávido
Sempre pronto pra se entregar
Mas um dia acaba.
De repente não se consegue mais
O sorriso no rosto morre.

Ninguém ama para ser infeliz,
Ninguém ama para não ser amado,
Mas se ama mesmo assim.
Quem ama perde a razão.